Em 2025, o LinkedIn atingiu 1,2 bilhão de usuários no mundo e 86 milhões no Brasil, um feito notável para uma rede que, há 15 anos, apenas estreava sua versão em português. Mais do que uma plataforma para currículos e contratações, o LinkedIn consolidou-se como um espaço vivo, estratégico e multifacetado para profissionais brasileiros. Dados do relatório Opinion Box + M15 revelam tendências comportamentais e oportunidades de atuação na rede.
O profissional brasileiro no LinkedIn
O relatório mostra que 83% dos usuários brasileiros estão empregados, mas 54% estão buscando novas oportunidades. Ou seja, o LinkedIn é ao mesmo tempo vitrine e radar. Esse comportamento híbrido exige que empresas e recrutadores mantenham uma presença ativa e autêntica, mesmo ao lidar com talentos já contratados em outras companhias.
Além da busca por trabalho, há um interesse claro em vendas e negócios: empresas B2C (30%), B2B (17%) e híbridas (23%) usam a rede como ferramenta comercial. O LinkedIn é, portanto, um canal estratégico de prospecção, mas ainda subaproveitado.
Consumo x produção
Apesar do alto volume de acesso (com 27% dos brasileiros entrando entre 20h e 00h, em um comportamento “pós-jornada”), apenas 12% publicam conteúdo semanalmente e 5% diariamente. Há uma maioria silenciosa que consome mais do que compartilha, refletida nos conteúdos preferidos:
67% leem posts de outros profissionais da área
58% acompanham empresas
25% consomem conteúdos de influenciadores e Top Voices
Esse dado expõe uma oportunidade: há menos concorrência por atenção entre criadores. Quem compartilha regularmente, com consistência e clareza de propósito, tende a ocupar um espaço valioso no feed alheio.
Newsletters, vídeos e artigos
A plataforma está investindo em formatos robustos de conteúdo, como newsletters (143 mil ativas, com mais de 500 milhões de assinantes) e vídeos com capa personalizada em 16:9. Há uma chance concreta de apostar em profundidade, seja por artigos longform, seja por séries informativas.
O público brasileiro se destaca pelo gosto pela leitura de artigos (45%) e participação em eventos online (18%). Esses formatos enriquecem a marca pessoal e institucional, gerando autoridade e relacionamento mais qualificado.
Horários de ouro
Diferente dos padrões globais, os brasileiros acessam o LinkedIn ao longo de todo o dia, com picos entre 9h e 12h (26%) e 20h e 00h (27%). Isso amplia a janela de oportunidade para publicar e desafia a lógica tradicional de “horário comercial”. Testar novos horários, especialmente no pós-expediente, pode gerar bons resultados em alcance e engajamento.
Conexões estratégicas
Apesar do foco em carreira, muitos ainda não exploram o LinkedIn como ferramenta de conversão. Dados revelam que:
69% nunca contrataram nada via LinkedIn
24% aceitam todos os convites de conexão
44% só conectam com profissionais da área
Falta clareza sobre o Perfil de Conexão Ideal (PCI) e o uso de táticas de aproximação: convidar quem viu seu perfil, quem engajou nos seus posts ou quem tem poder de decisão. São movimentos simples que aceleram resultados, de visibilidade a negócios.
Percepção da rede
A reputação do LinkedIn no Brasil é amplamente positiva:
80% enxergam a rede como boa para networking
70% a consideram essencial para desenvolvimento profissional
Apenas 21% acham a rede “chata”
Isso reforça que a comunidade valoriza conteúdo de qualidade, com propósito e consistência. A ideia de que o LinkedIn seria “apenas para empresas B2B” ou uma rede de “autopromoção exagerada” está perdendo força.
Os dados de 2025 reforçam que o LinkedIn no Brasil está maduro, mas ainda é pouco explorado estrategicamente. Publicar com regularidade, cultivar uma rede com intencionalidade e criar conteúdos relevantes são caminhos claros para se destacar.
Se você quer crescer no LinkedIn, pense além da autopromoção. Use a plataforma para gerar valor, formar alianças, ativar audiências e, sobretudo, aprender com os melhores da sua área.