O mercado de infoprodutos, como cursos online, e-books, mentorias e assinaturas de conteúdo digital, passou por um crescimento expressivo no Brasil nos últimos anos. Esse movimento é resultado de um conjunto de fatores sociais, econômicos e tecnológicos que transformaram profundamente a forma como as pessoas consomem conhecimento, aprimoram habilidades e buscam alternativas de renda ou empreendedorismo.
Perfil do consumidor digital: jovens, escolarizados e com renda intermediária
Uma análise recente do mercado feita pela Hotmart revela o perfil do público que mais consome infoprodutos no Brasil: pessoas entre 20 e 39 anos, com ensino superior completo e rendimentos entre dois e quatro salários mínimos. Mais especificamente:
26% dos consumidores estão na faixa etária entre 20 e 39 anos;
31% possuem ensino superior completo;
39% ganham entre 2 e 4 salários mínimos.
Esses dados apontam para um público que já está inserido no mundo do trabalho, tem aspirações de crescimento profissional e busca, nos infoprodutos, caminhos para se diferenciar ou empreender. É uma geração digitalizada, habituada ao autoaprendizado e que valoriza a flexibilidade de estudar no próprio ritmo e com menor custo.
Há também um segundo perfil relevante: jovens de 20 a 29 anos (25%), com ensino médio completo ou incompleto (26%) e rendas entre 4 e 10 salários mínimos (27%). Esses consumidores representam uma camada em ascensão, em busca de conhecimento prático, acessível e imediatamente aplicável, muitas vezes como alternativa ou complemento à formação tradicional.
Popularização dos smartphones e mudança no comportamento de compra
A expansão do uso de smartphones no Brasil transformou profundamente o modo como as pessoas consomem conteúdos digitais. Com a ampliação do acesso à internet móvel e a crescente oferta de planos acessíveis, o celular se tornou a principal ferramenta de navegação e compra de produtos digitais.
No caso dos infoprodutos, isso significou um salto no número de compras realizadas via dispositivos móveis. Plataformas de ensino e marketplaces digitais adaptaram-se rapidamente, investindo em versões mobile-friendly, aplicativos dedicados e estratégias de marketing voltadas para o comportamento mobile.
Quanto mais fácil se tornou consumir e acessar infoprodutos via smartphone, maior foi a adesão de novos públicos, inclusive em regiões antes menos conectadas.
O papel estratégico do Pix nas transações digitais
Outro fator decisivo para a expansão dos infoprodutos no Brasil foi a introdução do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central em 2020. Sua adesão massiva, tanto por consumidores quanto por empreendedores digitais, reduziu drasticamente as barreiras para comercializar produtos online.
O Pix permitiu:
Pagamentos instantâneos, 24h por dia, inclusive aos fins de semana;
Maior segurança e confiabilidade nas transações;
Acessibilidade para quem não possui cartão de crédito, ampliando a base de compradores;
Redução de custos operacionais para os vendedores, especialmente infoprodutores individuais ou pequenos negócios.
Essas vantagens tornaram o Pix uma peça-chave para a profissionalização e escalabilidade do mercado de infoprodutos.
A junção de fatores demográficos, tecnológicos e financeiros gerou um ambiente propício para o crescimento do mercado de infoprodutos no Brasil. A demanda por aprendizado acessível, flexível e de aplicação prática se encontra com um cenário digital amadurecido e soluções de pagamento facilitadas.
Embora ainda haja desafios, como a qualidade dos conteúdos, a regulação do setor e a concorrência crescente, o mercado de infoprodutos demonstra solidez e um futuro promissor, especialmente em um país com população jovem, conectada e empreendedora.